O declínio do romantismo, juntamente com uma série de transformações sociais, ocorreu no país em meados do século XIX. Uma nova forma de prosa surge, incluindo a análise dos povos indígenas e a descrição do ambiente, nos autores regionalistas (como Franklin Távora e João Simões Lopes Neto) . Sob a influência do naturalismo e de escritores como Émile Zola, Aluísio Azevedo escreveu O Cortiço, com personagens que representam todas as classes e categorias sociais da época. O realismo brasileiro não foi muito original em um primeiro momento, mas assumiu uma importância extraordinária por causa de escritores como Machado de Assis e Euclides da Cunha.
Talvez o mais importante escritor do realismo brasileiro tenha sido Machado de Assis (1839-1908), filho de um pintor de paredes mulato e de uma mulher portuguesa, cuja única de educação, além de aulas de alfabetização, era a extensa leitura de livros emprestados. Ao trabalhar como tipógrafo em uma editora, Assis logo conheceu mais da literatura mundial e ainda conseguiu aprender um pouco de inglês e francês. No início da carreira, ele escreveu vários romances famosos, como A Mão e a Luva e Ressurreição, que, apesar de seu romantismo exagerado, já mostram seu humor vivaz e seu pessimismo para com as convenções da sociedade. Depois de ser apresentado ao realismo, Machado de Assis mudou seu estilo e seus temas, produzindo algumas das mais notáveis prosas já escritas em língua portuguesa. O estilo serviu como meio para seu humor corrosivo e seu intenso pessimismo, que estava distante das concepções de seus contemporâneos. Assis também era poeta.
Entre as principais obras de Machado de Assis estão:
- Memórias póstumas de Brás Cubas, a autobiografia fictícia de um homem recentemente falecido, escrito pelo próprio "do além". É totalmente antirromântica e ridiculariza a sociedade do Rio de Janeiro da época.
- Dom Casmurro, pretende ser a autobiografia de um homem solitário que deixa sua esposa e seu único filho depois de desfrutar de anos de vida conjugal feliz. O romance é famoso no mundo lusófono pela análise de um caso (possível, mas nunca provado ou admitido) de adultério.
- Quincas Borba
- O Alienista, o conto sobre um psiquiatra que funda um hospital para doentes mentais em uma pequena cidade e mais tarde se envolve em investigações profundas sobre a natureza e a cura da doença mental, perturbando muito o estilo de vida da cidade.
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