sexta-feira, 28 de abril de 2017

HISTÓRIA DA LITERATURA

A história da literatura estuda os movimentos literários, artistas e obras de uma determinada época com características gerais de estilo e temáticas comuns, e sua sucessão ao longo do tempo.

As histórias da literatura são divididas em grandes movimentos denominados eras, que se dividem em movimentos denominados estilos de época ou escolas literárias.


Cada escola literária representa as tendências estético-temáticas das obras literárias produzidas em uma determinada época.

Os Gêneros Literários na Antiguidade

Na Grécia Clássica, os textos literários se dividiam em três gêneros, que representavam as manifestações literárias da época:

O gênero épico: narrações de fatos grandiosos, centrados na figura de um herói. Segundo Aristóteles, a palavra narrada.

O gênero dramático: textos destinados para a representação cênica, na forma de tragédia ou na forma de comédia. Segundo Aristóteles, a palavra representada.

O gênero lírico: textos de caráter emocional, centrados na subjetividade dos sentimentos da alma. Segundo Aristóteles, a palavra cantada.



sexta-feira, 21 de abril de 2017

O CONTO FANTÁSTICO

Ao falarmos sobre conto, logo nos reportamos com a ideia de um texto narrativo no qual predomina todos os elementos ligados a esta tipologia textual, isto é, Tempo, Espaço, Narrador, Personagens e Enredo.

Das narrativas orais dos antigos povos até a publicação em livros na realidade atual, da narrativa popular literária, o conto se aperfeiçoou muito, resultando em diversas classificações.


Desta forma, é comum encontrarmos antologias que reúnem os contos por:
- nacionalidade: Conto russo, brasileiro;
- por temas: Contos maravilhosos, fantásticos, de terror, de mistério, de ficção científica, dentre outros;
- e também por outras classificações: Conto moderno, contemporâneo, etc.

No campo das artes, mais especificamente na Literatura, os artistas estão sempre empenhados em renovar suas formas de expressão, e em função disso, quebram certas convenções do gênero que utilizam.

De modo convencional, o conto se estrutura dos seguintes elementos: Apresentação, Complicação, Clímax e Desfecho. 

Modernamente, os contos tornaram-se mais concentrados, apoiando-se em técnicas inovadoras, como é o caso do flashback e o tempo psicológico, onde este determina o tempo ligado às emoções, às recordações vividas pelos personagens, e aquele é um recurso de voltar ao passado, uma espécie de enredo não linear.


Entre os principais contistas da atualidade cita-se: Dalton Trevisan, Moacyr Scliar, Ignácio de Loyola Brandão, Ricardo Ramos e Sérgio Santana. 


Vejamos agora um conto de Dalton Trevisan, intitulado “Apelo”: 

Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.

Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.

Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor. 


Dando ênfase ao conto fantástico, o mesmo teve sua origem no século XVII. Entretanto, nas décadas de 1970-80, teve um surpreendente florescimento nos países latino-americanos, como o Brasil, que vivia um período de grande repressão política, censura e repressão em decorrência da Ditadura Militar.

De acordo com a ideologia dos escritores da época, a atmosfera ilógica e absurda de suas obras, era um meio de denunciar a realidade opressiva e incoerente em que viviam.
Entre os destaques estão: Julio Cortázar, Gabriel García Márquez, Murilo Rubião, José J. Veiga e outros.


sexta-feira, 14 de abril de 2017

O CONTO

O tamanho não é o que faz mal a este gênero de histórias. É naturalmente a qualidade; mas há sempre uma qualidade nos contos que os torna superiores aos grandes romances, se uns e outros são medíocres: é serem curtos. 
Machado de Assis




O conto é um texto narrativo centrado em um relato referente a um fato ou determinado acontecimento. Sendo que este pode ser real, como é o caso de uma notícia jornalística, um evento esportivo, dentre outros. Podendo também ser fictício, ou seja, algo resultante de uma invenção. 

No que se refere às origens, o mesmo remonta aos tempos antigos, representado pelas narrativas orais dos antigos povos nas noites de luar, passando pelos gregos e romanos, lendas orientais, parábolas bíblicas, novelas medievais italianas, pelas fábulas francesas de Esopo e La Fontaine, chegando até os livros, como hoje conhecemos. 

Em meio a esta trajetória, revestiu-se de inúmeras classificações, resultando nas chamadas antologias, as quais reúnem os contos por nacionalidade: brasileiro, russo, francês e por categorias relacionadas ao gênero, denominando-se em contos maravilhosos, policiais, de amor, ficção científica, fantásticos, de terror, mistério, dentre outras classificações, tais como tradicional, moderno e contemporâneo. 

Perfaz-se de todos os elementos que compõem a narrativa, ou seja, tempo, espaço, poucos personagens, foco narrativo de 1ª ou 3ª pessoa, corroborando em uma sequência de fatos que constituem o enredo, também chamado de trama. 

E um dos fatores de total relevância, é que o enredo apresenta-se de forma condensada e sintética, centrado em um único conflito. Tal característica tende a criar o que chamamos de unidade de impressão, elemento que norteia toda a narrativa, criando um efeito no próprio leitor, manifestado pela admiração, espanto, medo, desconcerto, surpresa, entre outros. 

Fazendo referência a toda estética textual, observaremos alguns fragmentos inerentes a uma das criações de um importante contista de nossa contemporaneidade, Dalton Trevisan: 

Apelo 

Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho. 

Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia. 

Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.


sexta-feira, 7 de abril de 2017

ESTILOS DE ÉPOCA

As manifestações artísticas demarcadas nos estilos de época foram produto de um contexto histórico-social dominante.


didaticamente dizendo, no estudo da Literatura compreendemos que todas as manifestações artísticas pertenceram a uma dada escola literária, também chamadas de estilos de época. Partindo de tal princípio, nosso propósito é fazer com que você se familiarize com os traços norteadores desses estilos (ou, caso prefira, dessas escolas literárias), no sentido de entender de forma significativa alguns deles, tais como o Barroco, Arcadismo, Romantismo, entre outros, dos quais já temos conhecimento.
Todos os representantes do cenário artístico, brasileiro ou não, viveram à margem de um determinado tempo, de uma determinada época e tiveram o privilégio de vivenciar os acontecimentos, os fatos manifestados no plano político, econômico e social da época em questão. Em virtude de tais pressupostos, não seria possível falar do Renascimento sem mencionar a crise do feudalismo; fazer referência ao Romantismo sem lembrar a Revolução Francesa; mencionar o Realismo sem contextualizar a Revolução Industrial, e assim por diante. Dessa forma, tornam-se evidentes as características demarcadas no subjetivismo dos românticos, na ideologia de cunho social impressa na visão dos escritores da época realista, etc. 

Entendemos, assim, que tudo o que se fez visto por nós foi genericamente caracterizado como fruto de uma determinada realidade, tanto no que se refere ao plano formal (geralmente manifestado nas criações poéticas) quanto no que se refere ao plano das ideias (manifestado nas criações sob a forma de prosa) do discurso em si. Seguindo essa linha de raciocínio, todo esse cenário serviu tão somente como pano de fundo para que os artistas pudessem expor seus posicionamentos, sua visão ideológica acerca da realidade circundante.

Cabe aqui ressaltar que mesmo tendo uma dada época como suporte, cada escritor se fez reconhecido por um estilo próprio, por uma maneira individual de compor as criações, mesmo porque o caráter ímpar do ser humano não se desvencilha de questões relacionadas a aspectos dessa natureza. Assim, a forma que um determinado artista dá a um determinado tema nunca é a mesma que outro daria. Por isso, de forma a dar suporte à afirmação que ora fazemos, constatemos o que nos revela o poeta Manuel Bandeira*:

O estilo não é o enfeite: o estilo nasce do caráter mesmo do escritor e é a marca da sua personalidade.

Mediante as elucidações aqui mencionadas, torna-se interessante conferir um pouco mais acerca da periodização da literatura brasileira, enfatizando as demarcações impressas nesses estilos de época, retratadas mediante os quadros panorâmicos abaixo, tendo em vista o cenário mundial, somado ao brasileiro:

Painel histórico-literário brasileiro 
Era colonial

Era Nacional