domingo, 21 de fevereiro de 2016
Importância de Shakespeare
O crítico e dramaturgo alemão Gotthold Ephraim Lessing foi um dos primeiros a recomendar aos britânicos que tomassem Shakespeare -- cuja obra data do século XVI e tipifica o direito do artista criativo de inventar suas próprias formas e ultrapassar qualquer cânone estético ou técnico -- como modelo para uma literatura nacional. A obra shakespeariana influenciou românticos de todas as nacionalidades. Embora não negassem o perigo da liberdade excessiva, os românticos não pretendiam uma fórmula de sucesso, mas valorizavam a exploração, a invenção e a multiplicidade das emoções e verdades que levariam à revigoração uma cultura decadente. O dramaturgo inglês representava também a possibilidade de quebrar a hegemonia da tragédia francesa na Europa e, com ela, a tirania cultural exercida pela França.
A literatura romântica britânica prenunciou-se na novela gótica, iniciada com o famoso The Castle of Otranto, (1765; O castelo de Otranto) de Horace Walpole. As reconstruções de ambientes medievais, os cenários históricos e exóticos e a revalorização do lúgubre nessas obras definiram alguns dos traços do romantismo. Os romances históricos de Walter Scott transcenderam as fronteiras britânicas. Ambientados na Escócia medieval, ilustram a extensão da curiosidade romântica pelo incomum, já que a Escócia era vista como um lugar selvagem, fora dos centros civilizados, e a Idade Média, como um período igualmente bárbaro e distanciado no tempo. William Wordsworth e Samuel Taylor Coleridge criaram uma teoria poética baseada no livre fluxo das emoções intensas e na fantasia, que norteou a produção de John Keats, Percy Shelley e Lord Byron.
Na França, o gosto romântico pelo selvagem e o primitivo foi antecipado por Jean-Jacques Rousseau, que defendia um modo de vida natural, sem a influência alienante da civilização. Madame de Staël, que realizou um retrato idealizado da Alemanha em De l'Allemagne (1813; Da Alemanha), e François Chateaubriand, cuja obra Le Génie du christianisme (1802; O gênio do cristianismo) não impediu as dúvidas acerca de seu espírito católico, foram considerados os primeiros escritores românticos do país.
Na França a classificação do vocabulário em "nobre" e "comum" -- ou seja, impróprio para a poesia -- estava firmemente estabelecida, inclusive em dicionários. Os românticos, liderados por Victor Hugo, usavam as palavras proibidas sempre que possível e a estréia de Hernani, de Hugo, em 1830, causou por isso grande escândalo. Seu prefácio ao drama Cromwell (1827) constitui verdadeiro manifesto literário. Dentre seus principais romances destacam-se Notre-Dame de Paris (1831) e Les Misérables (1862; Os miseráveis).
Na Rússia, Espanha e Polônia, a literatura romântica também se desenvolveu. Na Itália, Portugal e Estados Unidos, o movimento teve forte caráter nacionalista.
sábado, 13 de fevereiro de 2016
José de Anchieta
Compreender um pouco mais acerca dos fatos que se fizeram presentes, sobretudo em se tratando dos estudos literários, estabelece forte ligação com o ato de contextualizar o panorama em que se demarcaram fatos ora em questão. Subsidiados então nesse propósito, falar sobre José de Anchieta significa fazer referência à época em que as terras brasileiras foram descobertas pelos colonizadores. Assim, procurando nos ater mais às produções literárias que nessa época se materializaram – denominadas de literatura de informação -, compuseram esse cenário as obras dos cronistas e viajantes, bem como os escritos dos missionários jesuítas.
Eles, por sua vez, representavam os missionários da Companhia de Jesus, uma organização fundada por Ignácio de Loyola, em 1534, cujo intuito era recuperar o poder e o prestígio que a Igreja Católica vinha perdendo desde a Reforma Protestante. Participaram dessa integração os padres Manuel da Nóbrega, Fernão Cardim e, ele, José de Anchieta.
Dessa forma, como afirmado anteriormente, toda essa produção, sobretudo a do autor em questão, tinha por finalidade a intenção catequética, assim, chegando ao Brasil em 1553, juntamente aos demais padres, também já citados, fundou no Planalto de Piratininga um colégio que se tornou o núcleo da futura cidade de São Paulo. Assim, entre os textos que Anchieta escrevera, munidos de intenções pedagógicas, estão vários poemas, hinos, canções, autos (caracterizados como um gênero teatral oriundo da Idade Média) e cartas, as quais se definiam como verdadeiros relatos acerca do andamento da catequese aqui firmada e da criação de uma gramática escrita na língua tupi.
Com base nessas informações, vale ressaltar que foi com o teatro que Anchieta se deu por satisfeito quanto às suas intenções catequéticas. Para comemorar datas religiosas, escrevia e levava até ao público os autos, os quais pregavam de forma agradável a fé e os mandamentos religiosos, procedimento esse que fazia distinguir dos sermões, proferidos de forma discursiva e, consequentemente, cansativa. Vale lembrar também que o público que assistia aos autos era constituído de forma distinta, entre eles estavam indígenas, soldados, marujos, colonos e comerciantes - fato que o levou a escrevê-los de forma polilíngue. Contudo, mais uma vez demonstrando sua intenção religiosa, Anchieta tinha como alvo principal o índio. Assim, vendo no nativo o gosto por danças, festas, representações e músicas, fez dessa preferência seu campo fecundo, haja vista que ao mesmo tempo em que entretinha, também alcançava seus verdadeiros propósitos.
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016
O Barroco no Brasil
O movimento brasileiro, influenciado pelo barroco português, apresentou suas próprias características, pois diferente da realidade portuguesa de luxo e pompa da aristocracia, o Brasil vivia uma realidade de violência, em que se perseguiam os índios e escravizavam os negros.
No Brasil, o barroco ganhou impulso entre 1720 e 1750, momento em que várias academias literárias foram fundadas por todo o país.
A obra Prosopopeia, de Bento Teixeira, marca o início do barroco no Brasil.
O centro de riqueza da época era Minas Gerais, e foi lá que a produção artística, ligada à igreja, concentrou-se. O arquiteto, entalhador e escultor Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, foi o grande representante dessa tendência nas artes plásticas, o estilo rococó predominava em suas esculturas de materiais típicos nacionais, como a madeira e pedra-sabão.
Os escritores que mais se destacaram foram:
Na poesia:
- Gregório de Matos
- Bento Teixeira
- Botelho de Oliveira
- Frei Itaparica
Na prosa:
- Pe. Antônio Vieira
- Sebastião da Rocha Pita
- Nuno Marques Pereira.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
Quinhentismo Brasileiro
O Quinhentismo, fase da literatura brasileira do século XVI, tem este nome pelo fato das manifestações literárias se iniciarem no ano de 1.500, época da colonização portuguesa no Brasil. A literatura brasileira, na verdade, ainda não tinha sua identidade, a qual foi sendo formada sob a influência da literatura portuguesa e europeia em geral. Logo, não havia produção literária ligada diretamente ao povo brasileiro, mas sim obras no Brasil que davam significação aos europeus. No entanto, com o passar dos anos, as literaturas informativa e dos jesuítas, foi dando lugar a denotações da visão dos artistas brasileiros.
Na época da colonização brasileira, a Europa vivia seu apogeu no Renascimento, o comércio se despontava, enquanto o êxodo rural provocava um surto de urbanização. Enquanto o homem europeu se dividia entre a conquista material e a espiritual (Contrarreforma), o cidadão brasileiro encontrava no quinhentismo semelhante dicotomia: a literatura informativa, que se voltava para assuntos de natureza material (ouro, prata, ferro, madeira) feita através de cartas dos viajantes ou dos cronistas e a literatura dos jesuítas, que tentavam inserir a catequese.
A carta de Pero Vaz de Caminha traz a referida dicotomia claramente expressa, pois valoriza as conquistas e aventuras marítimas (literatura informativa) ao mesmo tempo que a expansão do cristianismo (literatura jesuíta).
A literatura dos jesuítas tinha como objetivo principal o da catequese. Este trabalho de catequizar norteou as produções literárias na poesia de devoção e no teatro inspirado nas passagens bíblicas.
A literatura dos jesuítas tinha como objetivo principal o da catequese. Este trabalho de catequizar norteou as produções literárias na poesia de devoção e no teatro inspirado nas passagens bíblicas.
José de Anchieta é o principal autor jesuíta da época do Quinhentismo, viveu entre os índios, pelos quais era chamado de piahy, que significa “supremo pajé branco”. Foi o autor da primeira gramática do tupi-guarani e também de várias poesias de devoção.
Período colonial
O primeiro documento existente que possa ser considerado literatura brasileira é a Carta de Pero Vaz de Caminha, escrita por Pero Vaz de Caminha a Manuel I de Portugal e que continha uma descrição de como o território brasileiro parecia em 1500. Revistas de viajantes e tratados descritivos sobre a "América Portuguesa" dominou a produção literária nos dois séculos seguintes, incluindo contos conhecidos de Jean de Lérye Hans Staden, cuja história de seu encontro com povos tupis na costa de São Paulo foi extraordinariamente influente para as concepções europeias do chamado "Novo Mundo".
Alguns exemplos literários a partir deste período, como o poema épico de Basílio da Gama comemorando a conquista das Missões pelos portugueses e a obra de Gregório de Matos, um advogado do século XVII de Salvador, que produziu uma quantidade considerável de poesiasatírica, religiosa e secular. A obra de Matos tinha fortes influências barrocas, como os poetas espanhóis Luis de Góngora e Francisco de Quevedo.
O neoclassicismo foi difundido no Brasil durante a metade do século XVIII, seguindo o estilo italiano. A literatura era muitas vezes produzida por membros de academias temporárias ou semipermanentes e a maior parte do conteúdo era do gênero pastoral. O mais importante centro literário no Brasil colonial era a próspera região de Minas Gerais, conhecida por suas minas de ouro, onde um movimento protonacionalista tinha começado. Os poetas mais importantes desta época eram Cláudio Manuel da Costa, Tomás António Gonzaga, Alvarenga Peixoto e Manuel Inácio da Silva Alvarenga, todos eles envolvidos em uma revolta contra o poder colonial. Gonzaga e Costa foram exilados para a África como consequência de seus respectivos trabalhos.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016
O que é a Literatura Brasileira
A literatura brasileira, considerando seu desenvolvimento baseada na língua portuguesa, faz parte do espectro cultural lusófono, sendo um desdobramento da literatura em língua portuguesa. Faz parte também da Literatura latino-americana, a única em língua portuguesa. Ela surgiu a partir da atividade literária incentivada pelos jesuítas após o descobrimento do Brasil durante o século XVI. Bastante ligada, de princípio, à literatura metropolitana, ela foi ganhando independência com o tempo, iniciando o processo durante o século XIX com os movimentos romântico e realista e atingido o ápice com a Semana de Arte Moderna em 1922, caracterizando-se pelo rompimento definitivo com as literaturas de outros países, formando-se, portanto, a partir do Modernismo e suas gerações as primeiras escolas de escritores verdadeiramente independentes. São dessa época grandes nomes como Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, João Guimarães Rosa, Clarice Lispector e Cecília Meireles.
A literatura produzida no Brasil possui papel de destaque na esfera cultural do país: todos os principais jornais do país dedicam grande parte de seus cadernos culturais à análise e crítica literária, assim como o ensino da disciplina é obrigatório no Ensino Médio.
Assinar:
Postagens (Atom)