sábado, 13 de fevereiro de 2016

José de Anchieta


Compreender um pouco mais acerca dos fatos que se fizeram presentes, sobretudo em se tratando dos estudos literários, estabelece forte ligação com o ato de contextualizar o panorama em que se demarcaram fatos ora em questão. Subsidiados então nesse propósito, falar sobre José de Anchieta significa fazer referência à época em que as terras brasileiras foram descobertas pelos colonizadores. Assim, procurando nos ater mais às produções literárias que nessa época se materializaram – denominadas de literatura de informação -, compuseram esse cenário as obras dos cronistas e viajantes, bem como os escritos dos missionários jesuítas.
Eles, por sua vez, representavam os missionários da Companhia de Jesus, uma organização fundada por Ignácio de Loyola, em 1534, cujo intuito era recuperar o poder e o prestígio que a Igreja Católica vinha perdendo desde a Reforma Protestante. Participaram dessa integração os padres Manuel da Nóbrega, Fernão Cardim e, ele, José de Anchieta.
Dessa forma, como afirmado anteriormente, toda essa produção, sobretudo a do autor em questão, tinha por finalidade a intenção catequética, assim, chegando ao Brasil em 1553, juntamente aos demais padres, também já citados, fundou no Planalto de Piratininga um colégio que se tornou o núcleo da futura cidade de São Paulo. Assim, entre os textos que Anchieta escrevera, munidos de intenções pedagógicas, estão vários poemas, hinos, canções, autos (caracterizados como um gênero teatral oriundo da Idade Média) e cartas, as quais se definiam como verdadeiros relatos acerca do andamento da catequese aqui firmada e da criação de uma gramática escrita na língua tupi.
Com base nessas informações, vale ressaltar que foi com o teatro que Anchieta se deu por satisfeito quanto às suas intenções catequéticas. Para comemorar datas religiosas, escrevia e levava até ao público os autos, os quais pregavam de forma agradável a fé e os mandamentos religiosos, procedimento esse que fazia distinguir dos sermões, proferidos de forma discursiva e,  consequentemente, cansativa. Vale lembrar também que o público que assistia aos autos era constituído de forma distinta, entre eles estavam indígenas, soldados, marujos, colonos e comerciantes - fato que o levou a escrevê-los de forma polilíngue. Contudo, mais uma vez demonstrando sua intenção religiosa, Anchieta tinha como alvo principal o índio. Assim, vendo no nativo o gosto por danças, festas, representações e músicas, fez dessa preferência seu campo fecundo, haja vista que ao mesmo tempo em que entretinha, também alcançava seus verdadeiros propósitos.

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